Birasam 2009

Tudo na vida passa,as coisas boas e as ruins........

Textos

.. NO ANO QUE VEM...........

Essa estória nasceu,de um velho baú,deixado por Felinto Cosme de Souza,a seu neto  Cláudio Cosme de Sousa,seu conteúdo era uma incógnita durante muitos anos,que sob
Juramento prometeu a seu avõ,abri-lo quando ele morresse. Após alguns meses do desaparecimento de seu avô,finalmente o segredo daquele baú ,finalmente seria desvendado.O cadeado antigo,necessitou da ajuda de um chaveiro experiente,estava enferrujado,anos de segredos ali guardados.Apos dispensar os seviços do chaveiro,Cláudio já não comntinha-se para chafurdar aquele tesouro familiar.A primeira coisa que encontrou em cima de uma lona,que envolvia o resto do conteúdo,era uma carta amarelada,endereçada a si.Sempre admirava seu avõ,nos conselhos tão bem vindos,na época da  adolescencia,nos problemas que todos passamos.
Abriu-a,lagrimas quentes escorreram por seu rosto,sentia tanta saudade daquele homem,seu avo,seu amigo,conselheiro,exemplo,retidão,tudo que uma pessoa tinha de bom a dar e transmitir.Lembrava-se,dos passeios na roda gigante,quando era criança,principalmente quando faltou luz,e ficou preso lá no alto,recebendo o abraço de segurança dele.Naquela vez em que brincando de bola,atingira-o,na pelve,ele caira com muita dor,o choro de arrependimento,as caricias na face do avo querido.Hoje resumindo-se a lembranças,de um tempo que não voltaria mais.Estava muito nervoso
Pois pressentia que algo de muito grave,estava contido naquela carta amarelada.Naõ tinha certeza,mas aquele aperto no coração, a mordedura no lábio inferior,denotavam muita mas muita preocupação,com o conteúdo daquela carta.Estava escrito seu nome no
Envelope,e a palavra confidencial.Estava sentado a frente do baú,com a carta repousada
Sobre suas pernas,suas mãos tremiam,mas coragem,deveria abri-la,lê-la.Estava sozinho em casa,previra cada passo daquele dia,somente ele e o baú,ninguém mais,não era justo
Com a memória de seu avô.Quem sabe devesse dar um tempo,a cabeça zunia de curiosidade,algo muito grave estava ali escrito.Decidiu,iria para sua chácara em Benevides,,lá sozinho,ficaria mais confortável.Com muito esforço,de uma força herdada,dele,colocou a carta no baú e foi dormir.Na manhã de sábado em seu sitio,a leria sem preocupação de ser interrompido por Leninha,sua namorada,que desconfiada,decidira que iria daí a pouco para seu apartamento.O sábado,não teria problemas,pois sempre era o dia de sua pelada com os amigos,o que ela detestava.
A noite após congraçamento intimo com Leninha,que dormia a sono solto,não conseguia tirar um momento de sua mente o conteúdo um tanto exótico do baú de seu  avô.Já era madrugada alta,quando conseguiu conciliar o sono,estava em uma colina muito alta,seu avõ,estava ao seu lado,havia mais alguém não conseguia divisar bem,quem era,mas tinha certeza era uma mulher,no entanto não a conhecia.Acordou suado e assustado,com o significado daquele sonho.Tomou uma chuveirada,e voltou a dormir.
O dia amanhecera, a viagem até Benevides,transcorreu sem maiores problemas.Leninha,achara-o tenso,se dispondo a acompanha-lo,essa hipótese foi logo descartada,queria ficar só com sua herança familiar,que tanto o estava afligindo,contanto que ainda não tivera coragem de ler a carta.O momento propicio estava chegando,sua querida chácara,tantas lembranças de sua adolescência,ali estava.A havia recebido como herança de seu avô,sempre desconfiara ter sido o neto predileto,naquele momento já não havia mais dúvidas.Descarregou o velho baú de seu carro com todo o cuidado possível,naquele dia descobriria qual segredo tão grave estavaali depositado.Nunca hesitara em fazer alguma coisa,até aquele momento,uma sensação
Estranha tomara conta de seu corpo e mente,Era necessário cumprir o ultimo desejo dele.Decidiu tomar um bom vinho português com queijos frios,estava protelando o grande evento,não sabia e nem tinha explicaçõs para tudo aquilo.
     Aquele final de semana prometia em termos de emoção e descobertas.A varanda da casa seria o local adequado para aquele momento tão importante,tomou meia garrafa de vinho,era chegada a hora.O envelope pardacento e amarrotado,agora estava em suas mãos,estava nevoso,suando em bicas,abriu-o.
“Belem,15 de setembro de  1975.
        
          Cláudio,se estás lendo esta carta,não estou mais ao teu lado,para explicar-te essa estória que  vem acontecendo comigo há tanto tempo,por assim dizer uma vida toda ,gostaria que você absorvesse tudo pela porta do coração,sinto que estas assustado
Com tudo isso,como está me sendo difícil escrever-te,imagino quão convarde não estou sendo em não falar-te pessoalmente,mas ainda és Uma criança,tens somente 10 anos,como terias condições de compreender os viés  da vida.. Não acho que mais mentiras,sejam ditas aqui.J a estava casado com tua avó há algum tempo,quando reencontrei Rosinha,uma namorada que tive quando tinha 17 anos,um namoro mal resolvido,que se perdeu com a viagem de sua família para outro Estado.Passados alguns
Anos,nos reencontramos novamente,ai a coisa começou devagar,quando notamos já estávamos apaixonados,mas eu estava casado com sua avó,o que fazer,não podia deixar a família.Fui levando a coisa pra frente,até o dia que ela engravidou.O que fazer,a responsabilidade foi mais forte,assumi o menino,após o nascimento.Como falar uma coisa dessa pra sua avó,naquela época as coisas eram muito difíceis.E assim teu pai foi criado como filho legitimo,de tua avó e meu.Naõ foi difícil convencer tua avó em cria-lo,disse-lhe que a mãe havia morrido,o que não era verdade,não sei se ela acreditou realmente na estória,mas criou teu pai com muito amor,como fosse um dos seus. Sempre  respeitei tua avó,mas amava Rosinha,que foi minha amante por toda minha vida. Eu sei que não viverei pra sempre,e como ti amo tanto meu neto querido,gostaria  que soubesses essa estória es fruto,descendente de um amor tão forte e sincero.Como ela morava em outro estado,nos encontrávamos uma vez por ano,sempre torcendo pelo próximo ano.Correspondiamos por cartas,recheadas de saudades e promessas.Saõ  essas cartas que estão nesse baú,que guardei por todos esses anos.Naõ sei como será tua reação,ao saber toda a verdade,mas quando amares alguém do fundo dalma,talvez me compreendas e me perdoe.No começo lutei muito contra aquele sentimento tão forte,que a simples presença dela já me satisfazia.Muitas noites olhei pra tua avo dormindo,tinha vontade de acabar com aquilo mas já era tarde,muito tarde,quem pode ditar as regras da vida.No baú encontraras as nossas cartas,se ela ainda estiver viva,gostaria que as entregasse a ela,abrace-a,pois na realidade ela é tua avó”As lagrimas não paravam de rolar,com um aperto muito grande no peito,Cláudio já soluçava, aquela carta atingira sua alma,seus valores morais,tudo,queria que seu avo estivesse vivo,ai iria até ele naquele instante.Precisava de ar puro,praticamente correu pelas imediações de sua chácara,estava ferido,magoado.
             Na volta para a  cidade respirando muito e nervoso balbuciou:’VOVÕ TI AMOOOOOOO...................”



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Ubirajara Cruz
Enviado por Ubirajara Cruz em 08/06/2014
Alterado em 11/02/2018
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